Os territórios constituem espaços sujeitos a diferentes formas de apropriação e de dominação, físicas e simbólicas, por parte de diversos atores sociais, implicando disputas de poder. Um conflito socioambiental se efetiva a partir do momento em que há um desequilíbrio de forças e de poderes em territórios afetados por lógicas de exploração e expropriação do meio ambiente, tendo como consequência a degradação do meio ambiente e a escassez de recursos naturais, renováveis ou não. Um conflito socioambiental é, portanto, um conflito decorrente da escassez de um recurso do meio ambiente, provocada por distúrbios desencadeados pelo ser humano sobre as taxas normais de regeneração. Os efeitos da degradação do meio ambiente podem não levar diretamente a um conflito, mas produzem de forma gradativa diversos efeitos sociais interrelacionados, que em algum momento resultam em situações que podem gerar algum tipo de violência. Nessa perspectiva, o que sabemos sobre os conflitos socioambientais que nos circundam, que estão muito próximos de nós, mas que por vezes parecem ser invisíveis? Como podem afetar as nossas comunidades e o nosso cotidiano? Que territorialidades resultam dessas dinâmicas, por vezes tão desiguais, de apropriação ou dominação de determinados territórios que constituem nossas cidades?